Universitária Literária

Porém não é o que acontece nesta obra relançada pela Verus, pois apresenta alguns erros que interferiram na leitura tornando em alguns momentos confusos. Como a falta da acentuação que antecede uma fala, ao qual algumas vezes tive que voltar a leitura para perceber se era uma fala ou de quem era essa fala. Infelizmente um ponto ao qual precisa ser revisto e melhorado.

ENREDO

Como descrevi no começo dessa resenha e repito, este foi um livro que me satisfez muito muito mais que o esperado. Carina Rissi apresenta um livro romântico na medida certa sem tornar meloso, e dinâmico que quando percebemos já está quase no final do livro e temos aquele sentimento de querer mais.

Adorei e achei genial a forma como Rissi abordou o século dezenove em um livro de 2014. A autora aborda o cotidiano, costumes e elementos presentes no século XIX sem tornar uma explicação longa ou técnica, tudo feito através de acontecimentos vividos pela protagonista que é tão perdida (sem trocadilho, juro) quando nós em relação a esse tempo tão diferente do nosso atual. E sem dúvida, acaba por transportar nós leitores a esse século tão peculiar e ao mesmo tempo tão gostoso.

Um ponto que não me agradou muito, mas que não prejudica em nada esse enredo maravilhoso foi à inserção do fator mistério. Achei bem óbvio a forma como o enigma imposto pela "bruxa" (palavras da Sofia, não minhas) da vendedora do celular para Sofia seria desenrolado que não me causou mistério ou surpresa. Porém, este é um livro com o foco para o romance e não para o mistério ao qual o objetivo é agradar romanticamente, o que consegue com maestria.

PERSONAGENS

Sofia Alonzo foi uma personagem que me fisgou por ser em certos momentos tão parecida comigo e arrisco a dizer com muitos leitores afins. Quem nunca usou uma gíria que atire a primeira pedra, o que é algo que eu uso constantemente no meu vocabulário (se eu não disser "cara" pode apostar que fui abduzida ou algo do tipo).

Ser independente, leal e se opor aos costumes de um século tão diferente do acostumado, mas ao mesmo tempo respeitando estes costumes definitivamente ganhou pontos comigo. E poder ver uma protagonista totalmente contra o amor se apaixonar e finalmente amar outro personagem (neste caso o amável Ian) a cada página foi muito satisfatório, algo haver com aquela velha história de pagar com a língua que particularmente adoro.

Ian Clarke é um personagem gentil, romântico, educado, etc etc etc... Resumindo: Um príncipe encantado. Apesar de esta blogueira preferir os bad boys, não tem como não se encantar por este personagem que deste o início ajudou uma mulher tão contraditória para aquela época há conseguir voltar para casa e sempre de forma calma e prestativa por mais que muitas vezes isso o fazer sofrer, expondo o quando este personagem pode amar.

A doce Elisa, a desconfiada, mas leal Teodora, a mãezona Madalena e o mordomo Gomes são personagens que a cada aparição ao longo do livro fica impossível de não se adorar.

QUOTE

“— Não - ele se apressou. O horror cruzou seu rosto. - nãão, não! Claro que não! acho que não me expressei corretamente... Storm sempre foi um objetivo, eu queria ser capaz de montá-lo, vencê-lo, como eu disse. mas logo a conheci e... meus objetivos mudaram não as dificuldades. depois entendi que, assim como ele, você não se deixa dominar, se prender... - seus olhos ficaram muito intensos. - eu queria encontrar uma forma de prendê-la a mim para sempre, Sofia! que nunca mais se fosse, que eu fosse capaz de mantê-la aqui - ele me abraçou mais forte.

                           página 259.

Com essa prévia maravilhosa, deixo vocês morrendo de curiosidade para lerem. Até a próxima postagem!